sábado, 18 de agosto de 2007

CRUZ

Em mim


Que não se entrega.
À qual o destino me prega
Mãos, pés e outras pendências.
Que desgarrega
O que trago de bom
E ruim em mim.
Cruz que inspira
Que dá lágrimas e sorrisos,
Que, insisto, não pode ser cruz, duas retas,
Mas quatro, quadrado perfeito.
Cruz que afaga e desampara.
Que ilude e ilumina.
Cruz menina e mulher cruz
Tão carente e tão luz,
Independente.
Tão minha e tão de ninguém.
Tão broto e tão árvore de outono.
Realmente só, por opção, uma cruz.
Sofrendo no alto da favela, só ela,
A mirar as desgraças do mundo,
Mas para a qual convergem
Sonhos, anseios, orações e desejos.

Flávio Araujo, 2/4/2007 13:01:26

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